26.11.23





RDM, diretamente do bairro da Quinta Do Mocho, subúrbio de Lisboa em Portugal, que rapidamente se tornaram ouvidos em todo o país. LF, HenRycRazy, MS, Doidon e Skeef, onde o rap drill tuga é o seu potencial futuro.




Um grupo que se impõe com uma abordagem brutal e autêntica à música, desafiando as normas da indústria e enfrentando as críticas de frente. Originários da Quinta do Mocho, eles não hesitam em expressar a dureza da sua realidade, refletindo as dificuldades e as lutas que enfrentam todos os dias. Para os RDM, a música é uma extensão da vida nas ruas — crua, honesta e, por vezes, violenta. Eles não têm medo de abordar temas controversos, confrontando diretamente a hipocrisia e a superficialidade que muitas vezes permeiam a cena musical. Ao longo da sua trajetória, o RDM tem vindo a construir uma identidade que se distancia do que se espera de um grupo de rap.


“Estamos fartos de ver artistas que só cantam por dinheiro ou fama. A nossa música vem da nossa vivência, das nossas experiências. E isso é algo que ninguém pode tirar de nós”, afirmam com convicção.


Esta determinação em ser autêntico é o que os torna únicos, mesmo que isso signifique atrair críticas. A sociedade tende a ver o rap como uma forma de entretenimento, mas para o RDM, é uma questão de sobrevivência — uma forma de expressar as suas frustrações e dores. A sua letra não é apenas música; é um grito de protesto. “Falar sobre a vida nas ruas não é só sobre contar histórias; é sobre fazer as pessoas sentirem e refletirem sobre o que está a acontecer ao nosso redor. Não somos só artistas; somos porta-vozes de uma geração que se sente esquecida”, explicam. Esse papel de porta-vozes traz consigo uma responsabilidade que o grupo não ignora. Eles estão cientes de que as suas palavras têm poder e que podem influenciar outros a seguir o mesmo caminho. O RDM não hesita em criticar outros artistas que, segundo eles, se apropriam da cultura drill sem compreender o seu significado.


“Muitos vêm para o jogo apenas para se tornarem famosos, sem saberem realmente o que estão a fazer. Eles cantam sobre vidas que não vivem e, ao fazerem isso, desvirtuam a essência do que é ser um verdadeiro artista. Para nós, é uma questão de respeito — respeito pela cultura e pela luta das comunidades que representamos”, afirmam.


Essa crítica contundente não é apenas uma forma de se destacar, mas também um reflexo de uma frustração crescente. Eles estão cansados de ver a sua cultura ser desvalorizada por aqueles que a tratam como uma mercadoria. “A música é uma extensão da nossa vida. Cada letra, cada verso, é uma parte de nós. E quando vemos outros a fazerem dinheiro às nossas custas, isso é desrespeitoso”, lamentam. Esta mensagem de resistência ressoa fortemente entre os seus fãs, que se identificam com a luta e a autenticidade que os RDM representa. Os desafios que o grupo enfrenta não se limitam apenas à aceitação do público.


Eles também lidam com a constante pressão da crítica e do julgamento. “A vida de um artista é uma luta diária. Cada nova faixa que lançamos é um risco. As pessoas vão falar, sejam críticas positivas ou negativas, e isso é algo que temos de aceitar. Mas estamos aqui para ficar e para continuar a fazer a nossa música”, asseguram. Este espírito indomável e esta determinação de não se deixarem abalar pelas adversidades são o que tornam os RDM verdadeiramente únicos na cena musical. Com um futuro promissor pela frente, os RDM está a preparar-se para lançar novos projetos que prometem ser ainda mais impactantes. Eles acreditam que é fundamental continuar a evoluir e a desafiar os limites do que é esperado de um artista de rap.


“Queremos abrir portas para outros artistas e mostrar que a nossa cena é muito maior do que alguns pensam. A música é a nossa voz, e queremos que ela ressoe em todos os lugares”, explicam.


Essa visão de colaboração e inclusão é um dos pilares que sustentam o grupo e o seu compromisso com a comunidade. No entanto, a questão da fama e do reconhecimento é uma faca de dois gumes. Os RDM é constantemente confrontado com a pressão de se conformar às expectativas da indústria, mas eles resistem. “Não estamos aqui para nos moldar ao que os outros querem. Estamos aqui para ser nós mesmos e para contar as nossas histórias. Se isso significa que não seremos os mais famosos, então que assim seja. A autenticidade é o que realmente importa”, afirmam. Esta posição não é apenas admirável, mas também corajosa, considerando a indústria altamente competitiva em que operam.


Por fim, os RDM é mais do que um grupo musical; é um movimento que desafia a norma, abraçando a complexidade da vida e as dificuldades que muitos enfrentam diariamente. Eles estão determinados a permanecer fiéis às suas raízes e à sua mensagem, mesmo que isso signifique ir contra a corrente.


“A vida é dura, e a nossa música é um reflexo disso. Mas estamos aqui para lutar e para sermos ouvidos. A nossa voz é a nossa arma e, com ela, vamos continuar a desafiar o status quo”, concluem. É esta paixão, esta autenticidade e esta brutalidade que farão dos RDM uma força imbatível na música portuguesa.