31.03.24





ZT 35, um jovem artista crescido na Rinchoa, no seu estilo único utiliza a música para expressar o seus sentimentos, contar as suas histórias, realidade que acontece no seu bairro promovendo a não violência entre jovens e a união entre bairros.




ZT35 destaca-se como um artista que vai além do rap tradicional, refletindo uma narrativa rica e autêntica da sua vida e da sua comunidade. Crescido em Rio de Mor, ele construiu não apenas amizades duradouras, mas também enfrentou as realidades duras que muitos jovens enfrentam nas zonas urbanas. Para ZT35, a música é uma forma de contar a sua história e de abordar temas de superação. No início da sua carreira, ZT35 era tímido, escondendo o seu talento por trás da incerteza. A gravação da sua primeira música, "Segundo Sol", marcou uma mudança significativa.


O feedback positivo dos amigos encorajou-o a sair da sua concha e a abraçar a sua autenticidade. “Se eu não cantar o que vivo, estou a trair a minha essência”, diz ZT35, enfatizando a importância de ser verdadeiro em um cenário musical saturado. Embora o drill, um estilo muitas vezes associado à violência, faça parte da sua expressão, ZT35 recusa-se a glorificar o conflito.


“Não quero ser mais um rapper que glorifica a violência. A vida já é dura; prefiro usar a minha música para partilhar as minhas vivências”, afirma. Essa visão contrasta fortemente com muitos dos seus contemporâneos, que muitas vezes optam por letras mais agressivas. ZT35 não se limita à música. Ele vê a diversificação como crucial para a sua sustentabilidade como artista. Essa abordagem levanta questões sobre a autenticidade no rap: pode um artista que busca estabilidade fora da música ser levado a sério?


Para ZT35, a resposta é clara: “A vida é curta para não aproveitar todas as oportunidades. Se não posso viver apenas da música, vou criar outras fontes de rendimento. Isso não diminui a minha paixão pela música; pelo contrário, amplia-a.


” Ele também enfrenta a realidade das críticas musicais. Enquanto muitos ignoram o feedback negativo, ZT35 vê as críticas construtivas como essenciais para o seu crescimento. No entanto, não está isento de haters: “Há sempre haters. Eles não entendem o que é ser um artista que vem do nada. E para aqueles que pensam que é fácil, digo: é uma luta diária.” O ambiente em que cresceu moldou a sua identidade. Para ZT35, Rio de Mor é uma parte indelével da sua história, que ele carrega com orgulho. “A minha música é uma homenagem à minha zona, às minhas raízes. Não vou esquecer de onde vim, mesmo que o sucesso me leve a lugares diferentes”, afirma, sublinhando a importância das suas origens. Com planos ambiciosos para o futuro, ZT35 está a preparar o lançamento de uma EP que promete ser uma virada na sua carreira. Ele está a colaborar com vários artistas, sempre em busca de elevar a qualidade da sua música.


“Não estou aqui para lançar música a torto e a direito. Quero que cada faixa tenha significado e mensagem”, enfatiza.


A crítica de ZT35 à cena musical portuguesa convida à reflexão. Ele acredita que o rap em Portugal ainda está longe do reconhecimento que merece, especialmente quando comparado a outros países. “Aqui, ainda é difícil viver da música. Precisamos de mais suporte e respeito pelo que fazemos. Enquanto isso não acontecer, muitos artistas vão continuar a lutar para se destacar”, conclui, deixando claro que a sua luta é parte de um movimento maior. ZT35 representa a resistência e a autenticidade em um cenário musical em constante mudança.


Ele desafia normas, recusa a violência e busca a verdade nas suas letras. Com foco e determinação, ZT35 está pronto para deixar a sua marca, não apenas na música, mas na vida das pessoas que se identificam com a sua jornada.